segunda-feira, 8 de novembro de 2010

* Eye *
















Mais fotos em http://jardielcarvalho.wordpress.com/ visitem e comentem.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Enfim me desenterrei – Jardiel Carvalho

A poeira que encobre minha visão
Requer limpeza maior
Que qualquer outra forma de impureza
Olho ao redor e, nada vejo por conta dela

Toda a minha vontade foi consumida
E com toda a penumbra que me cobre os olhos
Nem ao menos profiro uma palavra

Se hoje não rompo com meus vícios
Não é por conseqüência de qualquer espécie de ato
Grito alto ao meu âmago
Concorro comigo a coisas que nem interessam a mim

Retorno ao meu insano interior
Que nem eu mesmo entendo
E se entendesse?
[...]

Será que em nossos sonhos
Tem espaço para alguma ruidosa intenção?
E se fossemos amantes de verdade, seriamos mais intensos?
Recobro meu teor caloroso
De atender maiores faltas
Em fim esqueço-me
Sem fulgores maiores que uma vela
De sol a sol, sem nenhum resquício de luz
Sou apenas que sempre fui
Sem mais nem menos do que era
O meu excesso não existe
Minha extravagância é falta
Meu luxo é mendigo
Minhas intenções mais simples que a de um monge
E mesmo assim, sou alvo de intenções piores
Que as que a própria maldade impõe
Contudo ainda sobrevivo a isso
Enfim me desenterrei
[...]

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Deixe tua intenção - Jardiel Carvalho

Hoje tive algumas boas intenções
Ouvi algumas canções alegres, tristes
Fumei alguns cigarros
E mesmo entorpecido pela nicotina
Minhas boas intenções não são concretas
E cada vez que me perdi em mim
Demorei muito tempo pra voltar
Acabei em um coma
E quando acordei
Havia perdido meus movimentos
Não pude me mover por anos
E agora que recuperei tudo isso
Vejo-me perdido novamente
E com possibilidades de novamente me perder
Dormir profundamente até que não seria ruim
Afinal eu já não tenho tanto o que fazer
Meu valor já não é o mesmo
E toda palavra que exponho
Já não diz muita coisa
Quando eu for alguém te aviso
Deixe tua intenção
Próxima ao telefone

[...]

Tocou a Campainha - Jardiel Carvalho

Sempre quis ser alguém
Sempre sonhei com um mundo belo, cheio de vida.
Esse tipo de pensamento
Sempre me acompanhou
Mas hoje, vendo tudo o que conquistei,
Vejo que nada é como eu quis
Pois não sou alguém
O mundo?
Este não é nem belo, nem cheio de vida
E nem estes pensamentos trago mais comigo
Vejo-me em realidade
Perdido aqui comigo
Tentando supor o que será do amanhã
E fazendo do hoje pior do que o ontem
O retrocesso é o que me toma
Sou mais um pobre de espírito
E reclamo todo o tempo
Não me tenho e,
Nem ao menos me quero bem...
Tocou a campainha...
...Era um entregador e,
Nem era pra mim...

Um dia – Jardiel Carvalho

Um dia a inteligência me tomará
Sei que hoje não sei
Mas nunca mostro isso aos outros
Sou sempre o centro das atenções
Afinal de contas
Trago comigo algo maior que tudo
Tudo o que importa a todos
Tenho um dom primordial
Além de ser inteligente (às vistas dos outros)
Sou belo...
Sou incrivelmente talentoso
Assim todos me vêem
Não faço cerimônias
Encho o peito e grito bem alto
“Sou isso”
“Tenho orgulho daquilo”
“Não tenho preconceitos”
“Nem discrimino alguém, nunca”.
Mas tenho orgulho da minha raça,
Afinal de contas sou um animal
Sou melhor que um cachorro talvez
Ou que uma ave qualquer...
E faço com que todos saibam
E fiquem à vontade com isso
Pois todo mundo é da mesma cor né?
E é por isso que eu me orgulho
Mesmo, mesmo
Eu?
Eu sou da cor dos teus olhos
E sei que você
Sabe que não sou diferente
Pois hora
Temos olhos, barba, cabelo, pele boca, sangue, dedos, unhas
E até uma alma em comum...
Entenda...
No dia em que a inteligência
É, a inteligência
No dia que ela me tomar
Entenderei dessas coisas...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Agora que Acordei - Jardiel Carvalho

Não queria uma intensidade maior
Do que a normalmente alcançada
E sem talvez me repudiar por ser assim
Fizesse-me aumentar em minha percepção de mundo
E que cada rugir da minha alma
Fosse apenas mais alto que o vento
E que me trouxesse menos dor
E ao propor que a vida fosse fácil
Não mostrasse o lado ruim, difícil e desumano
Contudo sendo apenas menos pior
Não deixa de ser pior nem faltoso
Queria que na verdade
A minha vaidade fosse um pouco menos destrutiva
E sendo assim, ativamente pacificadora
Mas ela é apenas o menor dos meus problemas
E se fosse algo maior, me afetaria menos talvez
E assim me esqueço de coisas que eu há muito não me faziam utilidade
Agora que acordei,
Vou tomar café e reorganizar meus pensamentos...

TABACARIA - Alvares de Campos

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Araióses II - Jardiel Carvalho

II

Estou aqui onde sepre quis
Busco uma coisa tao mair que o mundo
Eu fiz e fiz e fiz
E entrei aqui no mais fundo
Vejo com meus proprios olhos essa beleza
E toda essa natureza
A chuva mesmo fria
Não esfria
E quente como um banho maria
Fico eu aqui
Fervendo
É assim, e se fosse diferente
Seria outra coisa
Não o que é
Assim me faço feliz
Como nunca o fiz
Venho por me lembrar de coisas
Vendo os jogos de dama
Do Seu Juquinha com o Gentil
Em poucos minutos recordo de muito do que foi a minha infancia
E que nem quando tentei
Consegui me lembrar antes
Eita coisa boa
Essa terra de pescadores
Doutores e agricultores
Que aos montes ainda passam
Com o remo e a enchada nas costas
Voltando da lavoura
O povo todo simples
De humildade aparente
E como agora tem gente
Aqui ali acula
Os baleco na rua
As cunhã fazendo psil
E as moça virge tudo na calçada a conversar
Ainda vejo as coisas e gente velha
Na rede de tucun
E os culumin no rio agora mais nenhum
Agora as coisas tão moderna
Tem lan house tem lanterna
Daqulas de quando falta a luz
Até o Zé Bode
É todo informatizado
Trabaiadô, casado
E vai até ser pai
Como as coisa tão mudada
Mas o povo ainda acorda de madrugada
Levanta bem cedim
E os culumim véi
Ainda tao por aprontar

Quando te Chamei - Jardiel Carvalho

Seria melhor se fosse verdade
E nada me traria mais alegria
Que uma imensa saudade
Mas ela se foi, com a folia
Agora o que tenho
É só uma pequena lembrança
E todo o meu empenho
Não me deu nenhuma esperança
Sinto me como um pequeno
Com fome e fortes tremores
Não sou mais pleno
Me fiz em rumores
Ainda não sei o que tentei
Nem ao menos sei se o fiz
Mas quando te chamei
Nem me olhastes, estou infeliz...

domingo, 7 de março de 2010

Respostas - Jardiel Carvalho

Enfim acordei-me por sobre o ar
Com gente a se desmanchar por baixo
E sem nem sequer notar
Simplesmente me encaixo

Todas as frases de uma canção
Não traduzem a única sensação em mim
E mesmo que tentasse seria apenas invenção
E terminaria assim:

“Em teus olhos cansados de dor,
repousam meus sentimentos e,
mesmo sem sentir teu calor,
curo teus sofrimentos”.

E se acabasse dessa forma
Seria uma forma de inventar
Pois sei que assim apenas conforma
E não se põe a enfrentar

Meus medos, receios
E nem cura minhas feridas
Não aumenta meus anseios
Poe apenas medidas

Em todas as tuas fronteiras
Com isso te remontaria o passado
E assim apareceriam maneiras
De ser mais uma vez pesado

E esse peso te maltrataria
Poria-te algemas nas mãos
E você não se retrataria
Construiria apenas mais vãos

Entre você e sua felicidade
E sendo menos verdadeira
Com vãos e coisas pela metade
Não seria mais que uma herdeira

De coisas que não te pertencem
E te fazem ser menos
E coisas confusas apareceriam
E os medos não seriam amenos

Seriam muito maiores
Que quando comecei esses versos
E as coisas se tornariam piores
E surgiriam mais assuntos controversos

Pensei que palavras de conforto
Fossem mais renovadoras
Que consertassem o que é torto
E que te trouxessem paz consoladora

Mas tenho apenas idéias vagas
Não tomo parido
E a menos que respostas tragas
Fico assim meio perdido

Mas aprendi que paciência é virtude
Esperarei, controle terei
Em um som com baixa amplitude
Respostas buscarei...

Seja Feliz - Jardiel Carvalho

Comovido pela musica que ouço
Escrevo Estes versos
Que ainda me esforço
Pra que sejam diversos
E tristes, que sem remorso
Sejam reflexivos e acima de tudo, intensos

Pois a tristeza é um momento
Que deve ser aproveitado
Digerido, vivido, cada por cento
Consumido e comprovado

Pessoal e intransferível é o teu direito
De sofrer sem interferências
Aprender com isso é um preceito
E reforça suas vivencias

Chorar evita que a dor se estoque
E faz transparecer o ser humano que és
Evita o choque
Que começa desde os pés

Mas não deixe com que seja eterno
E não faça disto uma desculpa
Para que sua vida seja inferno
Fuja desta culpa

Viva, seja feliz após isto
Usufrua da infinita condição de ser humano
Levante eu insisto
Para que nada acabe em um abano

Seja feliz, apenas feliz
Do seu jeito
Sem pensar: “o que eu fiz?”
Viva conforme seu conceito.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Entrem...

http://adrianolimatos.blogspot.com/

Muito bom esse blog

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sem tempo...

Ando muito sem tempo pra escrever....

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Coisa Vã II - Jardiel Cravalho

Um sentido real?
Como se busca isso?
Com um travamento mental
Já pensou nisso?

Será mesmo que há um sentido?
Na coisa vã?
Tenho me remoído
Mas a noite que de manhã...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Penso... – Jardiel Carvalho

O que sentia como verdade
Já não o sinto mais
Nem sei bem a idade
Mas sei, não sinto mais

Sinto como se tudo
Tivesse sido apenas
Uma mera passagem
E nada tenha sido de verdade
Minhas preocupações me atormentam
Não sei se aumentam
Mas existem de verdade
Me faço em meditação
Para achar solução
Penso sobre tudo o que vi e sinto
Remonto minhas intenções
Queria poder ser mais honesto
Falar tudo o que penso
Mas não sei se posso
Ou se devo, então penso
Medito por muitos minutos
Já não sei se é tarde
Mas me parece cansativo
Não houve motivo
Mas muita coisa aconteceu
E agora algo se rompeu
Em toda a igualdade
Ou na lealdade
Então se faz presente uma insatisfação
Tomada por ação
Sendo então muito
Procuro um assunto
Refaço o pensar
Penso... Penso...