terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Araióses – Jardiel Carvalho (22/12/2009)

Que seja assim
Certo de que não suma
A identidade de mim
E me torne só mais uma
Uma pessoa longe de mim
E que o esquecer não me consuma

Busco agora
Tudo o que não quis
Tudo o que joguei fora
Pois sei o que não fiz

Cresci com meu pouco apreço
Mas hoje, hoje reconheço
Que cada coisas é tão rica
Nas raízes, e hoje fica
Muito claro que meu berço
Não é só maior que um terço
De tudo que me trisca
Sobro toda a minha Terra
Que ao longe alguém berra
Poe o gado pr’outro lado
E fecha o cercado
Acende o fogo com a faísca
E meio abestado fica
De ferver o leite fresco
Ao som do rio Santa Rosa
Que corta toda a cidade
Que é maternidade
Do José do João e da Rosa
Que trabalham na roça
E tangem as galinhas
E brigam com a culuminhas
Por que são muito atentadas

E cantam o Trem das Onze
Na boca do fogão
Pois o almoço, que não é muito não
Sai bem cedo, antes das onze

Em minha terra
Criança que erra
Toma uma pêia
E mulher feia
Casa, mesmo sendo feia

Nos dias de jogo na Lisa
Batia aquela brisa
Que ficava melhor assim
Com o gosto do dindin
De vez em quando era gol
Do Flamengo da Barreira
E subia toda aquela poeira
E a gente que era culumin
Fica ali na beira
Chupando o dindin

A gente rodava peão
Brigava e rolava no chão
Atravessava o rio a nado
E nem ficava cansado
Com a forte correnteza
Que com certeza
Ajudava a manter o braçado

Na semana santa
Tinha bolo de puba
E eu comia feito uma anta
E nem comia a janta
Tinha canjica de milho
E mãe gritando:
“Oh, filho! Come mais um pedacim”
E longe de mim
Querer pensar em esquecer
Toda aquela festa linda
Que era feita ainda
Nos festejos de Nossa Senhora
Nossa Senhora da Conceição
E tinha até procissão
Ave Nossa Senhora...
Tinha barraca de camelô
E um dia de Babão me melô
Mas o Zé Bode gritô
E o Babão chorô
Por que eu,
Eu não deixei barato
Melei todo o sapato
Dele e do Fabin
Que riu de mim
E mangou da minha cara
E eu ainda disse: “Para!”
Mas ele não me ouviu
Então no final fui eu quem riu.

Bom também era na praça
Onde todo mundo achava graça
Das piadas do Mereu
Que assim como eu
Ficava lá ate tarde
Mas ainda estou na metade
De tudo o que tenho
Pra falar e agora venho
Continuo a contar
Tudo que conseguir lembrar
Contar, contar...
As historias de terror
Que me causavam horror
Que com medo arrebatador
Corria pra chegar em casa
Que era quente que nem brasa
Mas me abraçava
Assim que eu chegava

Tinha uma vovó
Que cuidada do vovô
E dos filhos e dos netos
Era amiga de outra vovó
Que não ia nas festas
Que cuidava das galinhas
Botava nóis na linha
Mas tinha muito amor

Sei que todos a amavam
Seus filhos netos e amigos
Que não eram poucos
E se amontoavam
Pra comer feito loucos
Sua farofa de carne
Que todo fim de tarde
Ela servia com café
E tinha até
O Paulo Cazaca
Que sumia por meses
E aparecia como os fregueses
Do Bar do tio Valdir
Que quando tinha seresta
Ficava cheio, era festa
Onde tinha muita gente
Com chifre na testa
Era assim que se falava
Quando muita cerveja tomava
Toda aquela gente boa
Que não estava ali a toa
Pois era perto do rio
E nunca tava firo
E todo mundo
Ia lá pro fundo
Pra se refrescar
Nadar...

Tinha o clube do Nonato Ramos
A festa de Ramos
O Bumba meu boi
Quem nem sei quando foi
A ultima vez que dancei
E nem quando comecei...
Tinha o sete de setembro
Que se bem me lembro
Eu era doido pra tocar
Mas eu era criança
E me botavam pra marchar
E lá também comecei a cantar
No show de calouros
Com meus cabelos louros
Que sumiram com o tempo

Minha raiz ainda está
Fincada e forte
E espero que seja lá
Onde eu fique mais forte
Colossal é minha saudade
Só menor que minha felicidade
De ter nascido ao som das vozes
Da cidade de Araióses.

Uma coisa – Jardiel Carvalho

Quando me vem a mente
Todas as coisas
Que não penso constantemente
Me são só coisas

Costumo ser mais covarde
Sem vergonha de assumir
Quando cedo ou tarde
Penso em dormir

E esquecer todas as coisas
Que sem querer me vem a mente
Que são só coisas
Que não me vem constantemente

Que sejam úteis ou não
Estranhas ou convencionais
Maiores então
E apenas racionais

Que completem minha vida
E enfeitem meu existir
Que apareçam na ida
Antes de eu partir

Que sejam enormes
Cheias de cor e brilho
Que estejam nos conformes
Que me encha o olho

Que me causem uma reação
E que complete um vazio
Que me pare o coração
Ou me vença por um fio

Que constantemente
Sejam só coisas
Que me vem a mente
E que sejam boas coisas

Boas que
Ao envelhecer
Me lembre você
Que vi crescer

E me encham de alegria
Aumente o meu acreditar
E ao causar euforia
Me façam crescer, sonhar
E que tomem as tristezas
Me ampliem as saudades
Que me mostrem mais belezas
E me encham de amizades

E que cada coisa
Sempre em minha mente
Não seja só uma coisa
Que suma de repente...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O que me Transformei - Jardiel Carvalho

Ouço nas maravilhas
Que só minha alma
Se fará na partilha
Penetrando a calma...

Sinto que nem se fosse
Mais um qualquer
E houvesse nenhum sequer
Seria um bom que fosse...

Ao restaurar encanto
Que nem sempre existiu
Ousou, reprimiu
E me fez no entanto
Querer ser mais
Mais que o que eu quizesse
Ou sonhasse...

Sou apenas "o que me transformei"
Mas tambem sou o que
Me transformo constatemente
E com tudo o que tenho em mente
Me faço outro ser
Tendo em mente
Que a "Mudança"
É parte do vencer
E vencer é ser
Não o que era
Mas o que se pode ser...

sábado, 5 de dezembro de 2009

Que País é este? – Jardiel Carvalho

Que país é este?
É apenas o país em que se vive
Sei que nem ao menos esperança sobra
E no auge desta obra
Assim sobrevive
Com o pouco que as veste

Sem ser, ser que se questiona.
Assuntando aos pouco meros confusos
Queima de fronte a si próprio
Com dores de tanto ferver o pensar
E de tentar conservar
Apenas conta com pequenas fugas
Que fogem sempre da memória
Quando se tenta esquecer das desventuras

Alguma opinião que,
Possa eu expressar
É apenas uma opinião qualquer
Que nem a um agrada ou desagrada
E que nem ao menos faz qualquer diferença
Digo isso apenas a quem possa interessar
Aos que lêem meus poemas
E deles fazem alguma utilidade
Penso apenas em querer ser
Mais um poeta dos poucos
Que se sintam como eu oco
De mais coisas para acreditar...

Como Pessoa - Jardiel Carvalho

Concreta a sina de ser apenas um eu
Que sendo um tu que nada faz
E quando ele ou ela fizerem do mundo seu
E se nós fossemos apenas assim, como tu capaz.

Espreita a ida de ser, contudo fúria.
Mas não uma fúria por um mero acaso
E como não bastasse fosse num tempo escasso
Então faz de si uma breve rasura
E fura a casca de pau que te recobre
Com um tom pobre
Recobre e remenda a casca
Rejeita a face ideal
Que enoja ao centrado ao leal
Mas que sei eu de assuntos assim?
Acho que nem ao menos uma leve noção tenho eu
E quem tem?
Será que alguém tem respostas concretas?
Perguntas, somente questões.
Penso como Fernando Pessoa
Não vou ao fundo das cousas
Pois pensar muito nessas coisas
Tira todo o sentido que elas realmente tem...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O quanto você é diferente?
Diferente de mim ou de qualquer outro?
Faça essa pergunta a si mesmo quantas vezes forem necessárias. Se conseguir uma resposta me fale.
De onde nasce a intolerância?
Talvez da cabeça de gente muito inteligente, pois ela existe e é notável, como não afeta aos mais “bem de vida”, afeta sim aos pobres e humildes, aqueles que não conseguem se defender.
O que acontece se você se cortar? Se você ficar doente? Se você cair? E se você morre? Será que você é tão diferente de mim?
Nós seres humanos,somos feitos exatamente da mesma matéria, sejamos brancos, negros, asiáticos, índios, ou qualquer outra etnia...
Seja apenas humano, não faça com que sua existência passe em vão ou cheia de ódio.
De que serve todo o conhecimento do mundo se você não o colocar em pratica?
Pense um pouco e viva a vida sem causar danos a vida dos outros...

Coisa Vã - Jardiel Carvalho

Nunca pensei na vida
Como uma coisa vã
Pois sei, há um sentido
Na coisa vã
Eu sei, há um sentido

Começo por me perguntar
Como posso falar?
Ou então comentar?
Me ouço mais uma vez
Me perco de vez

Mas o que seria de mim
Se não fossem tais duvidas?
Sera que seria assim?
E eu, teria mais dádivas?

Continuo por pensar
Em como tudo tem ao menos
Um sentido a passar
É isso que temos

Aprendo com o balançar
O balançar das arvores
E pra enfeitar
Coloco nos pés mais rumores

E andando por aqui
Sou apenas eu
Sem medo do que me favoreceu
Mas saio daqui e vou ali
E logo antes de cair
Levanto mais uma vez
E com minha pouca altivez
Caio ao me sacudir

Me arrasto sobre o chão quente
A pele gruda na calçada
E preso a uma corrente
Assim de repente
Me ponho de pé
Cheio de feridas chagadas
Choro feito criança
Pois perco a esperança
E mesmo de pé
Com as mãos inchadas
Quebrando o dente
Corro na estrada
Que toda esburacada
Me rala e queima
De tão quente
Tão quente quanto todo o sol
Que já não me aquece
Esquece...
Que foi tudo em prol
De tudo o que é bom
E procuro o sentido
Que não antes perdido
Me da mais um dom
E de tom em tom
Vejo o cheiro do som
Que se cria da harmonia
Que enfeita essa fome
De querer ver sentido
Perde o dom
E desafia a fala
Ensurdece, e cala
Rasura a linha
Que a ti sempre abala
Remenda a corda
E todo o sentido
Que não é coisa vã
Remonta a vida...

domingo, 29 de novembro de 2009

Um Sonho - Jardiel Carvalho

Coisa boa é dormir
E sonhar com liberdade
De voar e subir
Sem nenhuma vaidade

Sonhar com um tudo belo
Belos campos verdes
Olhar da torre do castelo
Sem fome ou sedes
Sedes guardadas
Ou apenas adormecidas
Coisas quadradas
Dores ou feridas

Sonhar com o amor
Amor desconhecido
Sem lembranças da dor
Só um sonho contido

Coisa boa é viver
Sabendo que o mundo
É apenas um ser
E que nada esta imundo...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Um Pouco Além – Jardiel Carvalho

A insatisfação que me toma
Não é nem um terço
De tudo o que veio a tona
Das coisas que trouxe do berço

Continuo vendo
Como as pessoas são
E como sempre vivendo
Da forma mais egoísta, e assim são

Todos querem felicidade
E desconfiam da lealdade
E fazem morrer aos poucos
O que tinham conquistado, serão loucos?

Não sei, no momento
Não estou feliz
Trago comigo um tormento
Que me surge diante do nariz

E só hoje penso sobre meus dias
Que não são muito bons
E agora como angustias tardias
Se fazem de vários tons

Vejo que só abalado
Tenho inspiração
E quando chateado
Ouso em criação

Reparo que a mim
Não agrada muita coisa
E quando por fim
Olho pro poste e vejo uma mariposa

Que voa desnorteada
Assim como eu
Com uma asa cortada
Voa torta no tempo seu

Acho que é decepção
Por confiar nas pessoas
E endureço mais o coração
Mas como já disse:
“As pessoas são apenas pessoas”

Não ando vendo um sentido
Em toda a minha vida
Só sou útil pra ser usado
Ou pisado
Mas minha vida rompida
Se desfaz aos poucos
E já estou meio cansado
De gritar como um louco
Sem tão pouco
Ser escutado

Não sei se o que escrevo
Realmente é coerente
Ou se é apenas mais um calo
Que estourado vive ardente

Não consigo ser alguém
E não culpo ninguém
Pelo fracasso meu
Ou pelo descaso seu
Me faço apenas só
Sem medo de virar pó
Pelo egoísmo
Por isso eu cismo
E agora chateado
Um tanto cansado
Reformulo minha vida
Que um pouco sofrida
Tenta ir um pouco mais além...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cura as feridas - Jardiel Carvalho

O Rótulo que te veste
E apenas bonito
E insiste, reveste
E não vai ao infinito

Sublime é o que em ti
Guardado no mais fundo
Cultivas com sede de rir
Não se torne um moribundo

Explendida é tua essência
E sem displiscencia
Retoma seu eu

Caminha entre as nuvens
Com cabeça erguida
E quando puderes vem
Me supre e cura as Feridas

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Coisas - Jardiel Carvalho

Estranho como as coisas passam
Passam sem deixar muitos vestigios
Passam sem deixar contagios
Apenas passam

Coisas que passam não são profundas?
Não sei mas o que sei
É menos do que sabia antes, Nem sei
Mas quão prfundas e absurdas são? Quantas perguntas...

Bem o que sei é que as coisas passam
Deixam de ser
E sem perceber
Apenas passam...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Faço palavras - Jardiel Carvalho

Tendo em mente tudo o que me faz ser melhor,
Faço palavras que apenas dizem algo,
Para que quando qualquer um ler, logo
Se livrará de coisas que tenham de pior

Fui eu sempre quem me curei
Só, sem auxílios ou ajudas
Sempre lavei minhas roupas sujas
E quando perdido me achei

Tento sempre por palavras boas em meus escritos
Para que quando você for ler
Possa sentir, Viver
Sem medoe ou preconceitos

Penso, recorto, colo, emendo
Faço com que seja o mais real
Assim posso eu tambem ser real
Seja como for vou fazendo

Fazendo mais palavras
Que possam te servir
Ou apenas suprir
Mas por mais que eu escreva,
São apenas palavras

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Confins de meu ruir – Jardiel Carvalho

Repouso aqui
Como se fosse uma
Sombra pra ti
Eu que só queria uma

Queria uma sorte
Sem tentar cair
Ou brincar com a morte
E às vezes subir...

Subir em seus cabelos
Gerar mil imagens
Milhões de herdeiros
Sem fazer contagens

Contagens do sol
Do sol que és em mim
Em prol
Em prol de nenhum fim

Nem fim nem ruídos
De sons e dores
Nem como que surgidos
De “Dores”, horrores...

Acalenta nossos olhares
Milhares de vezes
Em vezes que em luares
Remenda, refaz e rezes

Zele por preces
Que longe ou perto
Às vezes apareces
Em tons de branco e preto

Seduz com fogo e luz
Controla suas ternuras
E sabes que induz
As mais belas torturas

Dizendo o que digo
Com certo grau de fome
De farinha ou trigo
Seu olhar me consome

Confins de meu ruir
Em solo quase novo
Quase sempre a sorrir
Me torno eu de novo...

O observador – Jardiel Carvalho

Andando pelas ruas
Observo as pessoas
Cada um na sua
Cada um, pessoas

Cada gesto revela um olhar
Cada olhar uma expressão
Como se fosse brotar
Coisa cheia de ódio, dor, paixão

E mesmo quando apressado
Passado, assustado
Coisa estranha se revela
Em cada face, no pé que se atropela

Eu como observador,
Apenas vejo as pessoas irem e virem
E com tom desanimador
Às vezes me cumprimentarem

Penso que talvez seja eu
Só mais um observado
Por alguém que como eu
Se faz de resguardado...

Fluir – Jardiel carvalho

Por dias e meses
Andei sobre este solo
E muitos fregueses
Conquistei em teu colo

E hoje ainda, faço de ti
Caminho corrente de mim
E todo impacto que tento em ti
Tem sempre um começo, um meio e um fim

Reparo que só aos poucos
Intero o que falta nas dores que sinto
E vejo que ao correr como louco
Resguardo o que sinto dentro do seu recinto

O estreito vazio que existe em mim
Se ocupa das luzes que olho em teu céu
Mas sempre ao olhar bem dentro de mim
Me sinto culpado assim como um réu

Senti por anos o que houve
Colhi as fortes dores
E todo o som que se ouve
São partes de pequenos temores

Entre as vidas que cultivas
Tento ser a menos pior
E mesmo em locomotivas
Sei que sou quem é menor

Mas queria que não fosse assim
Queria que cuidasse de mim
E que quando chegasse ao fim
Aqui não fosse tão ruim

Estoquei todo o meu tesouro
Dentro de um pedaço teu
Posso até declarar em coro
O quanto queria ter o seu

O seu respeito e lealdade
De modo tão intenso
E que em cada cidade
Teu teor fosse imenso


Tão maior que qualquer coisa
Que queimasse ou flutuasse
Sendo estrela quando pousa
E barco quando atravessasse
Cada rio ou cada nuvem
Que cortasse ia também
E se qualquer um que ousa
Faça como se facilitasse
Facilitasse a vida, vida vem...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Costumava ser melhor - Jardiel Carvalho

Costumava ser melhor
Mas com o tempo, perdi meu brilho
Queria que o tempo fosse maior
E que o trem de minha vida, não saísse do trilho

Resguardei-me por anos
E nunca ousei me expor um só segundo
Como um morcego por sobre os panos
Escondi-me em uma caverna, no centro do mundo

Pousei como o vento por sobre a água
Com sutileza para não agitar as ondas
Pois nunca quis causar mágoa
Em quem veio ou foi por estas sondas

Rezei para vencer na vida
Calei para não ser comida
Tentei voltar na ida
Voltei pra não abrir ferida

Costumava ser melhor
Mais calmo e brando
E hoje, estou tão pior?
Venho, pergunto ao teu bando.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Graças a Ti - Jardiel Carvalho

A quem mais se não a ti?
Devemos talvez escrever a homens?
Se tudo fez e nada cobraste
A não ser amor e bondade


Em tudo o que tocas
Faz então maravilhas
Dos insetos as orcas
Deste as mais belas trilhas


Sois pois quem tudo sabe
E o mais simples também
Sou eu não mais um surdo
Pois me curaste tão bem


Hoje de coração
Faço tudo o que posso
Pra ganhar o teu perdão
Faz-me não ter remorso...


Das maldades sofridas
Nada tento lembrar
Pois as flores ainda sementes
Hão um dia de brotar...

A ti - Jardiel Carvalho

Todo meu amor a ti dedico
Que sempre me fez sonhar
Que sempre me fez sorrir
E que nunca me deixou a abandonar


Nos momentos de angustia
Fizeste-me acordar
E nas mais escuras tristezas
Sua mão sempre a me levantar


Que nada questiona sobre o meu amor
E que nunca me fez odiar
Em vezes que na dor
Sempre me fez amar


18/04/2005

Quatro tempos - Jardiel Carvalho

Quanto em quatro tempos?
Tempo sendo em anos ou horas
Se fazem presentes em todos os ventos
Que mesmo cansados fazem bem a ti que choras


Sentido procuras
Encontra mais dúvida
Pois hoje ternuras
Nem sempre cultivas


Em quatro tempos esperei
Quatro vidas vou buscar
Das quatro lutas que travei
Muitas forças pra buscar


Não me faço de perdido
Nem ao menos esquecido
Posso ser um dia morto
Mas na vida fui bem torto


Não esqueças que um dia
Foi criança e eu te ouvi
E hoje crescera, sorria
E faça como a vida viva, vivida, vivi...

Eu Herói – Jardiel Carvalho

Sou eu, o herói
O que sempre salva o dia
E que sempre dorme cansado, suado, apenas herói
Mas que pra ter uma vida melhor tudo daria


Esqueço-me qual foi minha ultima refeição
Nem lembro o nome de meus pais
Aos poucos fui ficando sem opção
E as pessoas sempre querendo mais


Mais de mim
Mais do que sou
Não vejo um fim
Nenhum fogo cessou


Me pego sempre sonhando com a calma
Mas nunca me vejo vivendo a
Porem sei, que tenho força na alma
E espero o mundo de vida que há


Que há além da minha vida
Onde todos são heróis
Onde tudo tem saída
E onde nada se destrói


Mas esqueço por momentos
E continuo em meio ao caos
Vejo me cair no esquecimento
E me perco aqui no cimento


Será que serei eu mais um prisioneiro?
Só agora me questiono sobre isso
Mas se todos me vêem como um cordeiro,
Porque me dão o compromisso?


Sempre pensei que fosse
Um privilegiado ser
Mas vejo que com toda essa pose
Não sou nada que possa vencer


Sou, pois meu pior inimigo
O maior vilão
Guardado dentro de mim estão comigo
Minhas duvidas e minha insatisfação


Serei eu letal por ser um herói?
Que nada constrói, e que não tem nenhum poder?
Algum poder que destrói?
Destrói sem nenhum medo de perder





Mas também sou meu único ponto fraco
Não consigo ser letal
Nem fazer nenhum mal
Sem querer fazer do mundo um lugar
Onde possa sonhar
Cheio de gente azul, verde, preto e branco


Recuso meu instinto mal
Mas todas as noites ao pensar como sou
Viro sempre herói como tal
E pra luta vou


Sou José, sou João, sou Maria, sou Clotilde, sou Luiza, sou Raimundo
Sou cidadão, trabalhador que vive nesse mundo
Sem ao menos ser lembrado
E mesmo sempre maltratado
Produz, cria, costura, varre, e transporta sua vida em segurança ao seu mundo


Sou eu o herói...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Como Queira – Jardiel Carvalho

Espere que tudo seja como queira
Continue fazendo tudo o que faz
Viva sem eira nem beira
Construa tua vida inteira


Viva segundo seus conceitos
Entre em harmonia consigo
Seja com os outros assim como é contigo
Relate todas as suas idéias sem pretextos


Comece por podar também seus erros
Limpe sua vida
Queira bem, sem ter ferida
Rejeite apenas erros


E quando sentir que não da mais
Prossiga
Mostre suas forças aos demais
Prossiga...


Ame mais para ser amado
Doe mais para ter amigos
E mesmo cansado
Não corte os umbigos


Cultive suas asas
Perdoe pela dor
Fiel és tu que sempre com ardor
Media e aquece as brasas


Cause a sua impressão
Caminhe para derrubar os muros
E não apenas com murmúrios
Cante, dance, e passe com dom de aprovação


Não finja
Seja, seja, seja...

Há uma esperança – Jardiel Carvalho

Hoje penso sobre tudo o que passei, e que o fiz
Não espero ter remorso
E você o que me diz?
Silencio é o que sempre ouço

Não estou conseguindo pensar
Nem ao menos falar...

Sempre ouço a mesma voz
Que martela em minha mente
E então de repente
Ouço outra voz

Que me fala
“É o seu tempo”
E em tudo fico atento
É quem sabe minha ultima serenata

Estou como sempre esperando
Talvez você me ligue
Ou quem sabe me chame
Estarei esperando

Há tempos não sentia tamanha dor
Nem ao menos uma pétala de todo o sofrimento
Apenas durmo...

Durmo com o som da brisa
E com você correndo, em minha mente
Mesmo se acabar o tempo da gente
Espero que não esteja indecisa

No fim da linha
Com o coração cansado, doido e quebrado
Estou sempre na minha, vejo que você caminha
E eu, fico neste mundo quase abandonado

Sei que um dia vamos nos encontrar
Mesmo que longos, ou dolorosos sejam os dias
Mesmo que me doa ao te ver no descanso entrar
Sei que vai ser sublime o dia que as nossas almas irão se juntar...

No Auge – Jardiel Carvalho

No auge de meus pensamentos
Reparo algo muito curioso,
Não sei se por momentos
Mas vejo agora o tal glorioso

Quase não acredito
Agora sei o que era
Ou tinha dito
Eis que se revela

Revela?
Se opõe
De uma cela
Repõe

Repõe as vidas
Refaz estigmas
Diversas saídas
Que outrora surgidas

Surgidas do escuro
Onde estávamos escondidos
Já não estou mais seguro
E nem sei destas vidas

Mas se existem saídas
Por que rejeitar o caminho?
Talvez sejam as feridas
Ou o fim do meu sonho

O silêncio já não me acalma mais
A noite, já não é minha amiga
E as coisas que não faria jamais
Já não são de uma vida antiga

O estranho sentimento ressurge
Algo que antes me era comum
Hoje sinto como um monge,
Que perde seus dons, um a um

Sinto algo estranho
Tenho medo disso
Me sinto estranho
Como se já houvesse visto



E outra vez no auge
No auge dos meus pensamentos
Eis que surge
De novo por momentos

Um pequeno momento
De êxtase e euforia
Sem nenhum motivo
Diferente do que eu faria

E logo some do peito
Acordo e organizo o juízo
Procuro um jeito
Refaço, repenso, organizo

Organizo e durmo de novo
Durmo em minhas idéias
E sonho acordado de novo
Sonho, idéias

Idéias vagas
Que me fogem
A todo o momento, largas idéias
Largas até a margem

Fogem, fogem...

Aos Palhaços – Jardiel Carvalho

Faço tudo
Mas tudo é nada
Contudo
Penso, reflito, e nada

Marco com caneta vermelha
Risco com lápis azul
Ponho o pão na grelha
E ainda olho pro sul

Remendo com cola
Todos os pedaços
E na porta da escola,
Estão dois mil palhaços

Correndo no escuro
Trazem gargalhadas
Mas logo ali no muro
Recebem mais pancadas

Humilhados, maltratados
Pobres palhaços
Calados, zombados
Juntam seus pedaços

Refazem a piada
De forma mais criativa
E mais uma vez na calçada
Criam expectativa

Agora sorrisos
Aos montes, honestos
Mas antes sofridos
Ecoavam protestos...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Talita.... - Jardiel Carvalho

Escrevo aqui sobre este momento
Que agora vivo com dores e risos
E digo sem sofrimento
Respira e promove risos

Converso com Talita
Que nunca sonhei ser minha vizinha
Que coisa mais doida adimita
Ainda que eu fizesse figuinha

Mas agora tenho mais empenho
Saber que em minha vida
Não estou só no engenho
No engenho de palavras e pensanentos
Nessa vida sofrida...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Qe Bagunça Minha Mente - Jardiel Carvalho

Se cada vez que olho
Acordo em meus pensamentos
Vivendo, ouvindo
Prendo a respiração por momentos

Já agora, escrevo pensando
Ponho no papel o que vem na mente
Respondo:
Não sou mais semente

Esfolo o couro dos dedos
Nem penso em palavras
Mortifera dor nos dedos
Por que tu não lavras?

Que bagunça minha mente
Nada organizado, tudo jogado
Que coisa demente
Então fico calado...

Bom... - Jardiel Carvalho

Nem maldades nem bondades
De outras formas viverei
Procurando mais verdades
Só não sei se encontrarei



Não encontro mil palavras
Nem ao menos uma sei
Pra explicar mostrar as provas
Sobre tudo o que falei



Nada faz a vida fácil
E nem faço eu também
Não procuro ser mais frágil
Ou mais forte que alguém...

Faça Acontecer - Jardiel Carvalho

Sem ter o que fazer se faz muita coisa
Mas se tendo o que fazer limita-se àquilo
Então não faça muita coisa
Fique tranqüilo

Pois não se é o que não se quer ser
Então abra sua mente e viva
Deixe a vida dos outros pra eles viverem
Curta a sua e aprenda a viver

Não se faça de muito entendido
Pois não se sabe além do limite
Não fique muito tempo escondido
Seja calmo não se irrite

Não ouça algumas coisas
Preste atenção sem perceber
Não de muitas respostas
Saia mais pra beber

Abrace mais seus amigos
Faça por onde
Tenha amigos
Corra atrás

Um dia talvez tenha recompensa
Mas não faça as ciosas esperando
Obter recompensa
Mantenha-se brando

Reforce suas bondades
Caia na estrada
Visite comunidades
Não use cartas marcadas

Parte II

Requer, toma, cuida e chora
Recua das idas que foi
Torna teu agora
Depois mostra como foi


Querendo ser apenas mais um
Remonta tua série de idéias
Castiga sem querer qualquer um
Seduz a vida de tuas tetéias


Qualquer que seja a mensagem
Mostra como se fosse importante
Não ande apenas pela margem
Seja imponente, infante


Tira do teu autor
Toda a passionalidade
Como se fosse um doutor
Que vê a morte com naturalidade


Como ele seja forte
Reflita e beba da fonte
Siga vá adiante
Castigue a falta de sorte ...

Homem e Natureza - Jardiel Carvalho

A natureza que tudo dá
Também um dia vai acabar
Por tanto usar sem responsabilidade
Faz o mundo se esvair em vaidade


O homem constrói
Destrói refaz
E mesmo quando refaz
Destrói
Conseqüências impensadas
Promessas deixadas


Futuro roubado
Saturado perdido
Com dores de ouvido
Cansado de ouvir tal ruído


Ruído das maquinas
Ruído que dói
Destrói as vidas nas esquinas
E que daqui p´ra frente
Sorrindo p´ra frente
Destrói, corroi...

No Fim de Tudo - Jardiel Carvalho

No fim de tudo
Até que vivi
Mas vejo contudo
O quanto sofri


Muito desperdicei
Nem ao menos restou
Um pouco do que comecei
Tudo se estragou


Se perdeu ao longe
Restou apenas pó
Do pouco no meu auge
Que no alto estive só


É sofri...
Contudo...
Vivi...
No fim de tudo.

Será se sonhos?? - Jardiel Carvalho

Será se sonhos??
(Jardiel Carvalho Souza)




O encanto mostra o ato
Das murmúrias em tons baixos
Outra vez molho os sapatos
Dentre todos os capachos

Na beleza juvenil
Olhos claros e eternos
Em vez de doze beijos mil
Mil abraços mais fraternos

Sopros e golpes ao vento
Desespero e angustia
Vejo eu mesmo ao relento
Nada mais do que angustia

Olho o nada e vejo o mar
Ou quem sabe só um som
Pois por mais que possa olhar
Não consigo ver se é bom

Mas do que é feita a vida?
Se não de sonhos e sonhos?
Não procurei uma saída
O futuro? Sempre sonhos...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Infância - Jardiel Carvalho

Gosto de lembrar da minha infância
Quando tudo era tão belo
Um tanto singelo
Mas sempre com abundancia

Lembro como o mundo era grande
Como a grama era mais verde
Tinha tanto tempo, tempo que não se perdia
Como criança se diverte

Com uma pequena pedra
Faziamos um brinquedo
Sem nenhum segredo
Era simples como o levantar da queda

Que saudades da minha infância...

Soneto dois - Jardiel Carvalho

Ainda que seja eu
Menos favorecido que alguém
Sei que posso ir além
Além do que você prometeu

Foi assim que se rompeu
A corrente de você, do bem
E sei que talvez ano que vem
Seja por mim melhor que eu

Deixo tudo p'ra traz
não respeito nada
Apenas caio no mundo

Refaço as coisas que você fez
relembro cada cilada
Me torno menos um no mundo.

Soneto um - Jardiel Carvalho

Luzes que outrora me fogiam
Agora se fazem presentes
E assim ferventes
Me aquecem como antes não o fazim

Me acho em meus perdidos
Junto as lagimas com uma colher
Pois assim me faço mais forte sem tal mulher
E reparo todos os males trazidos

Resguardo minha intenção
rejeito seu desejo
de ser em mim moradia

Pretejo meu coração
e nem teu beijo
me faz ser bom como fazia

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

... - Jardiel Carvalho

Tenho fome
sinto dor
sinto frio
sou doente

Me custo muito
Encho minha vida
Penso no assunto
Me rompo em ferida

Casos sem solução
Protesto sobre tudo
Mas não tenho uma ação
Estudo, estudo...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pessoas - Jardiel Carvalho

Tenho vontade de me trancar, no mais fundo, onde ninguém vai conseguir me resgatar.
Não estou apenas me lamentando, andei reparando que a vida sempre me prega peças. Olho ao redor e sempre vejo quão oportuna e farta é a existência, cheia de oportunidades e abundante em sua generosidade.
Me pergunto se algum dia serei contemplado na loteria da vida. Quando irei receber a super bolada em saúde, paz , felicidade, prosperidade, amor e outras coisas bobas?
Me pergunto também quando vou poder ter pessoas boas ao meu lado sem que outras pessoas interfiram?
Será que sou uma pessoa tão ruim, que as outras tenham que por algum motivo se afastar de mim?
Nunca na minha vida desejei que uma pessoa se quer quebrasse uma unha, quanto mais um mal maiór.
Observo que as pessoas são tão egoístas presas em seus mundos, querendo prender as outras em suas falsas realidades.
Mas as pessoas são apenas pessoas, com seus erros e acertos, não espero que as pessoas mudem, tenho sim muita pena delas...
Tenho pena de suas miudezas, de sua pequenês, de sua falta de compaixão e de sua arrogância, achando que é a sua a verdade absoluta sem querer ouvir o que as muitas outras tem a dizer.
Escrevo pois não pretendo dizer essas palavras a ninguém.
Tento apenas ser uma pessoa melhor do que ja fui um dia, todos os dias tento crescer mais e penso que só através de boas ações posso começar a minha mudança.

Vida Alheia - Jardiel Carvalho

Penso, penso e repenso...
Tantas são as coisas para me preocupar, mas as vezes acabo me apegando às menores.
Tenho toda uma vida, mas sempre me pego cuidando da vida alheia, não sei por que, mas me parece satisfatório. Quando ouço coxixos, logo tento ficar por dentro do assunto.
É, talvez eu não tenha tanta coisa p'ra resolver em minha vida, talvez tenha nascido com uma missão:
Cuidar da vida dos outros. Mesmo que a minha propria vida esteja um caos, mesmo que tenha minhas contas p'ra pagar, ou mesmo que eu esteja em meus piores dias, a vida dos outros é mais importante...
E tenho dito.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Supera te - Jardiel Carvalho

Distante de mim
Me compreendo melhor
Mas quando chega ao fim
Me sinto bem pior

Sempre espero
Que aconteça o bom
Mas nem sempre me supero
Por falta de dom

Quando penso em meu mundo
Me escondo no mais fundo
Com medo de mim no sub mundo
E quese sempre fico moribundo...

Mas enfim a coragem me toma
Me faz ser melhor, e vem à tona
E então saio do coma
Pois na minha vida algo soma

Não finjo nada
Não vivo de restos
Saio da calçada, vou p'ra estrada
E me encontro na vida sem mais pretextos

Saio, caio, mas sei me levantar
Em meio as coisas que me faziam mau
Ja não vou mais estar
Me supero, eu mesmo dou aval...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Amizade - Jardiel Carvalho

Como fuciona essa coisa de amizade?
Essa pergunta me faz esquentar a cuaca, nunca consegui responder.Todas as vezes que penso sobre isso desisto de pensar.
Mas sei de uma coisa, amizade de verdade, você sente, é aquela que te faz sentir bem nas horas boas, nas horas de aperto é a mão salvadora, quando se faz algo errado puxa a orelha, mas não deixa de te apoiar, faz das tripas coração pra não te magoar, mas haja o que houver sempre diz a verdade.
Amizade, palavra de entoação bonita que remete a alegria.
Amizade não falta com a verdade, não e engolida pelos desejos, nem carnais nem materiais, ou seja amizade supera todas as questões mundanas, mas acima de tudo o verdadeiro amigo é aquele que te ouve se põe em seu lugar todo o tempo, se você for amigo de alguém, valorize essa amizade pois quem tem amigos tem anjos do seu lado...


Dedicado a Camila de Jesus de Souza, minha amiga....

terça-feira, 21 de julho de 2009

Faço agoar um teste,
de coisas mais absurdas
veja este
este usa bermudas

seja como for
viva, deixe suas asas livres...

Sobre a velhice de espírito - Jardiel Carvalho

Sempre me perguntei por que as pessoas envelhecem?
Envelhecer não é de todo o mal, tem pessoas que estão em um estágio avançado de idade que são perfeitamente normais, divertidas, alegres sem preocupações.
O fato é que não entendo como podem existir pessoas velhas de espirito, essas me intrigam de maneira a tirar meu sono.
Conheço mais de uma pessoa que é assim.
Certa vez estava eu na casa de uma ex namorada, sentado no sofá assistindo a um bom filme, minha ex cunhada é uma dessas pessoas velhas de espirito, ela é uma pessoa bonita, com seus 18 anos de idade, bem no alge da vida, mas não deixa de ter mania de gente idosa, de tudo reclama, é imediatista, parece que vai partir dessa para uma melhor em poucos minutos, não podia esperar até a hora do cemercial para me pedir algo... Isso me deixava extremamente irritado, parecia minha avó de 66 anos.
Bem, o quero dizer é que existem pessoas que tem idade bem avançada que são joven de espirito, com toda a alegria, irreverencia e jeito de ser, já outras que não parecem ter a idade que tem, são velhos de espirito, ranzinzas, gostam de reclamar das coisas da vida com apenas 18 anos de idade...
Agora pergunte a si mesmo:
Será que faço parte desse time?
Dos velhos de espirito?
Ou chegarei aos 66 como se tivesse 18?
Livre dos preconceitos, feliz, de bem com a vida, que é bem curta nessa fase.
Será?

Decepção (Jardiel Carvalho)

Por que nos decepcionamos?
Respostas não tenho
Será que é por que amamos?
Não sei, mas mostro empenho...

De cada dor nasce um amor
Mas quem sofre não pensa dessa forma
Pensa apenas na dor
E esquece de olhar que isso o transforma

Transforma em alguém mais forte
Livre de mágoas, livre de queixas
Ou talvez o torne
Apenas mais humano, colha suas colheitas...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Cor dos Olhos (Jardiel Carvalho)

Sou quem fez a vida um dia se fortificar
E a angustia inteira em ti se acabar
No mundo inteiro alguém perdeu e você não está
Mas nada aqui tomou o seu lugar

E o som
Da vida inteira ouvi calar
E a cor
Dos olhos de quem fiz chorar

Vou em busca de algo que eu possa me alimentar
Crescer, cantar e que eu possa sonhar
Não fecho os olhos pois preciso enchergar
E agora não adianta mais tentar escutar......

O som
Da vida inteira ouvi calar
E a cor
Dos olhos de quem fiz chorar

Se fecharam...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Cidades (Jardiel Carvalho)

Frio na pele
Olhos cansados

Queixas, dores, e outras enfermidades
Tormentos que nunca me abandonam
Assim vou indo por cidades
Que nem sempre me facinam

Quaisquer forças que me tragam aqui
São apenas pequenas vontades
Então ando por aí
E abandono tais cidades...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vontades... (Jardiel Carvalho)

Vontade incontrolável de nada
Nada fazer
Nada construir
Nada Beber

Ser apenas mais um
Mais um genio das proezas da vida
Ou quem sabe qualquer um
Qualquer um possa ver uma saída

Mas quem realmente sou?
Serei eu mais uma peça na engrenagem?
Ou apenas um parafuso solto
Sem ultilidade com muita ferrugem...

E mais uma vez me dá vontade
De mudar
De ser
De andar
Ou apenas beber...

Como por mágica (Jardiel Carvalho)

Nada acontece por mágica
Sendo que mágica se resume em nada
Quanto mais se cavuca
Mais se descobre sobre a vida

Na vida se descobre tudo sobre os riscos
Que sem, ninguem vive
Tambem sobre as dores
Que constroem seres e vidas

Formigamento na pele
Tormento e euforia
Que enfim repele
Toda a furia que eu gostaria

Como gostaria...

Gostaria que fosse mais fácil
De um jeito mais brando
Que sem ser tão ágil
Fosse apenas acabando...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Questões (Jardiel Carvalho)

Inumeras questões surgem em minha mente
Sejam elas questões corriqueiras ou não
Mas repetidamente
Penso em uma soluão

Pra quê?
Não sei


Me faço de louco
Ou as vezes de cego
Assim quando ouço
Sinto o gosto do tato

Que nem sempre me é confiavel
Mas sempre me diz
Se sou ou não suportável

Me faço mais uma vez de cego
E ouço o som
Que gosta de sentir
Mas nem sempre é louco...

Levando... (Jardiel carvalho)

Roendo...
...tecendo...
...comendo...
...vivendo...

Esperando alguma mensagem
Vivendo em meio ao caos
Sofrendo antecipadamente na margem
Tecendo a vida por motivos vãos

Sendo quem sabe mais um
Que nem vive nem deixa viver
Ou qualquer um
Que deixa de ser

Ser ou apenas mostrar
Isso faz a minima diferença?
Nem bem respondo sem pesar
Mas sei que tenho esperança

Seja como for
Sai da lama
Não sai por favor
Mas deixei mais limpa minha alma...

domingo, 5 de julho de 2009

Mais uma postagem...

Porque as pessoas insistem em querer desprezar as outras?
Sera que as pessoas não se importam mesmo com que as outras sentem?
Ontem ao perceber que uma pessoa estava insatisfeita com alguma coisa puxei assunto e constatei que tinha acontecido algo de ruim com ela, não me aprofundei no assunto, pois deveria ser algo muito intimo, mas fiquei indgnado com o fato de que alguem fez algo de ruim para outra pessoa.
Sinto as pessoas se importam cada vez menos com as outras...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Outono...

Quando você achar que tudo na sua vida não tem mais jeito, pense naquelas tardes de outono em que tudo era tão belo...

Isso...

Canaçado de não fazer nada
Fonte inesgotável de nada, isso é a vida cotodiana...
Cada vez que não faço algo, me perco no nada que sou...
E as vezes não só me faço de que tudo tenho, mas também de que vivo...
E em nada me acrescenta tudo isso, só mais nada ganho por postar cada uma dessas palavras...
Hoje me dou conta de que se não for eu por mim, ninguém será, fico aqui, sem saber com quem falar...
Esperar, muito ou pouco, não sei, mas quem apenas vive, vive melhor sem ter motivos...
Ouça as vozes que vem de dentro, são só vozes, ou lamentos?
Prepare a sua alma pra quem sabe ser mudado, ou apenas maltratado...
Empurre-se contra o vento, faça tudo sem remorso, escreva, seja honesto...
Me sinto bem melhor agora, fiz o que deveria ter feito, essas palavras são pra todos, um desabafo...

Seja como FoOR (Jardiel Carvalho)

Das coisas que sempre acontecem
Nem sempre procuramos a razão
Mas qundo as pessoas percebem
Já não ha mais salvação

Sempre procuro um sentido
Mas não há
E sempre meio perdido
Cego, louco, será?

Será que tudo é só um nada?
Será que nada vai ser tudo?
Nem penso nessa estrada
Pois assim saio do escuro...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

ARTE?


Nem cores nem expressões bonitas, assim é minha Arte.

Olhe isto



É assim que vc quer que o mundo seja???
Pense nas suas ações, preserve a vida...

Contextos (Jardiel Carvalho)

Eis o que tenho aqui
De nada me serve a dor
Espero que em ti
Possa eu ser mais que um ator

Venho pois em voz e gesto
Acudir a um simples apelo
Qual no mesmo um protesto
Sonho vire um pesadelo

Nas miudezas dos maiores
No tocar de um intocável
Simples e duros rumores
Faz-se coisa incontestável

Não espere de um contexto
Coisa inteira e completa
Pois com um pequeno texto
Faz-se coisa mais concreta

Não estoques raiva ódio
Pois de nada vai servir
Não esperes pelo pódio
Pois um dia vais cair

Nunca ousei me avantajar
De quem é desfavorecido
Nem um dia quis amar
Pra não ser mais um sofrido


Nas belezas olho a vida
Vidas se fazem de dor
Mas a sorte decaída
Vem de dores do Amor

Homens de almas roubadas
Fazem por onde sofrer
Pelas atitudes ousadas
Vão ao mundo sem poder

Do recanto de onde venho
Nada temo nada sinto
Sou mais um que nada tenho
E quase sempre minto

Ouço vozes vejo dor
Não mais eu vejo as flores
E nem mesmo no amor
Tenho forças só mais dores

Outra vez tento andar
Nem ao menos dou um passo
Já nem tento mais sonhar
Nem tento pois vejo o fracasso

De nada mais me serve a vida
Sou mais um alienado
Já não tenho mais saída
Nem na volta nem na ida

Não volto de lugar algum
Não sou ninguém
Vejo que sou mais um
Mais um refém

Refém do meu mundo
Por não fazer nada
Fico aqui quase moribundo
Sem ao menos dar uma risada

Se eu não reclamasse tanto
Talvez fosse mais humano
Se não ficasse no relento
Se tivesse mais tutano

Ninguém jamais diria
Tudo o que me faz sentir
Mal e tentaria
Ser mais eu e não mentir

Não seria mais refém
Nem talvez mais um indigente
Faria-me tão bem
Aí seria mais contente



Mas se esperar
Não vou ser
Apenas sonhar
Não me faz viver

Pois agora sou
O que quero ser
Não apenas o que me mandou
Vou pois viver

E não mais rastejar
Sendo só mais um coitado
Vejam eu me levantar
Já não estou parado

Esperança eu vivi
Hoje não espero mais
Não estou mais a ruir
Eu já não caio mais...

Essa postagem não é um poema...

Sejamos honestos...
Quantas vezes você ja levantou achando que não realizou nada na sua vida?
Milhares?
Pois é, Não seja apenas um pequno e insignificante ser para o mundo, faça as coisas em que você acredita com paixão, não faça o que não quer...
Seja independente, faça a sua passagem pela vida valer alguma coisa...
Se queixar da vida o tempo todo não faz de você um ser melhor, pense em quentas pessoas gostariam de ter uma vida igual a sua....
E será que você vai mesmo dar atenção a esta postagem???
Não sei, mas se ler isso não leia e descarte como se fosse qualquer coisa, esse é um desabafo de quem ja não vê a vida como antes...
Abraço a todos...

Como os dias são (jardiel Carvalho)

Tem dias que não passam
Tem outros que voam
Mas tem aqueles que ultrapassam
Enquanto os anjos cantos entoam

Dias que nem sempre vem
Que por mais que se fuja aparecem
E dias que nunca se repetem
E aqueles que como lembranças vem

Há dias em que se esta apaixonado
E outros em que sozinhos nos encontramos
Aqueles em que estamos animados
E outra vez nos amarramos

Mas não se preocupe
Chegará o dia em que tudo dará certo
E que logo já bem perto
Vai e se junte a tua trupe...

O Indigente (Jardiel Carvalho)

Sou Indigente nesta Terra
Onde quanto mais se erra
Mais ainda se abre os “denti”

Na indigência pela espera
Negligência que não erra

Do tal erro mostro aqui
No tamanho da urgência
De onde todo fardo se ergue

Faz-se aqui...
...Presença eterna

E quanto mais se abre os denti
Tanto quanto mais se erra
Mais se torna Indigente

Mil vozes a gritar (Jardiel Carvalho).

Nas lagrimas derramadas
Sempre ouço as vozes
Que nunca estão erradas
E que sempre são velozes

Nada de amores
Ou de sonhos pro futuro
Apenas dores
Mas que futuro...?

Não sou apenas um amante
Amantes não sentem dor
Não perdem seu diamante
Vivem na zona do amor

Quem mais sofre como eu?
Talvez um milhão de homens
Não sou “Orfeu”
Sou apenas mais um homem

Que sem cor vejo a vida
Já não tenho mais quem amo
Estou no fundo sem saída
Vou ficar aqui por anos

De onde vem a dor?
Tudo o que tenho é ela
Nem um dia no fervor
Nem nas mais belas capelas

Fervo tudo aqui por dentro
Sofro pois não tenho nada
Perdi-me aqui por dentro
Foi-se a minha amada...