quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Confins de meu ruir – Jardiel Carvalho

Repouso aqui
Como se fosse uma
Sombra pra ti
Eu que só queria uma

Queria uma sorte
Sem tentar cair
Ou brincar com a morte
E às vezes subir...

Subir em seus cabelos
Gerar mil imagens
Milhões de herdeiros
Sem fazer contagens

Contagens do sol
Do sol que és em mim
Em prol
Em prol de nenhum fim

Nem fim nem ruídos
De sons e dores
Nem como que surgidos
De “Dores”, horrores...

Acalenta nossos olhares
Milhares de vezes
Em vezes que em luares
Remenda, refaz e rezes

Zele por preces
Que longe ou perto
Às vezes apareces
Em tons de branco e preto

Seduz com fogo e luz
Controla suas ternuras
E sabes que induz
As mais belas torturas

Dizendo o que digo
Com certo grau de fome
De farinha ou trigo
Seu olhar me consome

Confins de meu ruir
Em solo quase novo
Quase sempre a sorrir
Me torno eu de novo...

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