Nunca pensei na vida
Como uma coisa vã
Pois sei, há um sentido
Na coisa vã
Eu sei, há um sentido
Começo por me perguntar
Como posso falar?
Ou então comentar?
Me ouço mais uma vez
Me perco de vez
Mas o que seria de mim
Se não fossem tais duvidas?
Sera que seria assim?
E eu, teria mais dádivas?
Continuo por pensar
Em como tudo tem ao menos
Um sentido a passar
É isso que temos
Aprendo com o balançar
O balançar das arvores
E pra enfeitar
Coloco nos pés mais rumores
E andando por aqui
Sou apenas eu
Sem medo do que me favoreceu
Mas saio daqui e vou ali
E logo antes de cair
Levanto mais uma vez
E com minha pouca altivez
Caio ao me sacudir
Me arrasto sobre o chão quente
A pele gruda na calçada
E preso a uma corrente
Assim de repente
Me ponho de pé
Cheio de feridas chagadas
Choro feito criança
Pois perco a esperança
E mesmo de pé
Com as mãos inchadas
Quebrando o dente
Corro na estrada
Que toda esburacada
Me rala e queima
De tão quente
Tão quente quanto todo o sol
Que já não me aquece
Esquece...
Que foi tudo em prol
De tudo o que é bom
E procuro o sentido
Que não antes perdido
Me da mais um dom
E de tom em tom
Vejo o cheiro do som
Que se cria da harmonia
Que enfeita essa fome
De querer ver sentido
Perde o dom
E desafia a fala
Ensurdece, e cala
Rasura a linha
Que a ti sempre abala
Remenda a corda
E todo o sentido
Que não é coisa vã
Remonta a vida...
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